Paixão e significação


Após acompanharem a entrevista de Arthur Bender, alguns que aqui me lêem acabarão por lembrar de narrativas de sala de aula. A intenção desta postagem é aprofundar e demonstrar a importância da personificação como agregador de valor tanto à pessoa, quanto ao produto e sua marca.

A coisificação, ou seja, o ter como base do ser, ter por ter, sem haver uma relação emocional que promova o consumo motivado por elos, referências morais, quase uma cumplicidade de escolhas, acaba por esfriar a relação entre consumidor e empresas, assim como entre pessoas. 

A relação de consumo de bens ou serviços não está desvinculada da relação de consumo de ideias para promover um relacionamento duradouro. Para que me aproxime de alguém faz-se necessário que tenhamos valores similares. O mesmo ocorre ao escolher uma marca para consumir. São pessoas que consomem e estas estão em constante transformação de valores, crenças, necessidades. Quanto mais ferramentas desenvolvem-se com foco em tecnologia de informação, mas percebe-se o imenso consumo de aplicativos e produtos voltados a manutenção da relação entre as pessoas. Daí, nota-se a crescente necessidade do ser.

Uma marca deve seguir caminho similar. É fundamental que haja "vida" ou existência na marca. E esta ocorre cada vez mais por conta da imagem construída pela organização frente ao social. Se como organização opto por desenvolver valores voltados a sustentabilidade, devo ter realizações factíveis relacionadas a tal postura e não utilizar este argumento como mera promoção de marketing. A idoneidade da marca está na realização do que a mesma traz consigo como conceito.
Não basta possuir um missão clara, uma visão direcionada e valores condizentes, se a organização não for capaz de demonstrar ao seu cliente interno e externo que é capaz de tirar estes textos do papel e transformá-los em realidade. O exemplo da capacidade de realização de premissas acaba por funcionar como força motivadora para promover o deslocamento em direção ao objetivo definido pela organização. Sem o exemplo da ação, todos acabam por desenvolverem-se como bons leitores e não direcionam energia para a realização planejada pela administração. Passamos a ter por parte do cliente interno o foco somente em seus próprios propósitos, desvinculando-se dos propósitos da organização por não entenderem estes como parte de sua trajetória para o alcance de sua realização pessoal.

Devemos lembrar que uma marca deve ser como um líder: estar à frente, levando as pessoas para o caminho definido por ele. As pessoas devem confiar, acreditar, para que possam sentir-se parte do que escolheram seguir.


CBN - Mundo Corporativo: Entrevista com Arthur Bender - 09/08/2013


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